antologia do esquecimento
segunda-feira, 15 de abril de 2024
JOSUÉ
QUEM DISSE ISTO?
"Mais do que a imbecilidade, chateia-me a falta de humildade, aquele mínimo de humildade que todos devemos ao saber. Vivemos num tempo de facilitismos. Pessoas que não estudaram, não leram, não investigaram, sentem-se no direito de emitir opiniões sobre tudo e mais alguma coisa só porque ouviram uns comentários na televisão e viram uns vídeos na Internet. Enfim, que emitam opiniões não é problemático, problemático é ficarem convencidos de que essas opiniões valem o mesmo ou mais do que as considerações de quem estudou os assuntos. É isto que a falta de humildade faz, convence um imbecil de que não é imbecil."
domingo, 14 de abril de 2024
DIREITO DE RESPOSTA
sábado, 13 de abril de 2024
PLANETA
A história é contada pelo epistemólogo austríaco Paul Feyrabend (1924-1994) num dos capítulos de “Adeus à Razão” (trad. Maria Georgina Segurado, Edições 70, 1991), dedicado à ideia de progresso na filosofia, nas ciências e nas artes:
Tal como Nosso Senhor Jesus Cristo está vivo, este retrato é igual a mim; no entanto, meu filho, não é igual a mim mas apenas à minha imagem carnal. Pois, se este pintor que aqui imitou o meu rosto o quiser traçar num retrato, ver-se-á em apuros [precisando de mais do que] as cores, que agora vês e as tábuas… e a posição da minha forma e a velhice e a juventude e todas as coisas que se vêem com os olhos.
Mas tu, Licomedes, deverias tornar-te um bom pintor para mim. Tens as cores que ele te dá através de mim, ele, que pessoalmente nos pinta a todos, mesmo Jesus, que conhece as formas e o aspecto e as posturas e os tipos das nossas almas. Mas o que aqui fizeste é infantil e imperfeito: traçaste a semelhança perfeita dos mortos.»
Dedico-me ao primeiro, uma sequência de 48 poemas escritos entre 2018 e 2023. É uma característica deste Autor, a demarcação no tempo dos livros que vai publicando. À semelhança de “Andar a Par” (Tinta da China, 2015), também este oferece um conjunto de poemas numerados, sem título nem datação individual, o que permite supor um trabalho de montagem em benefício de uma organização com um sentido próprio que cabe ao leitor ir construindo do princípio ao fim. E do princípio ao fim apercebemo-nos como também neste volume a problematização do Eu é nuclear nesta poesia, um Eu complexo que se coloca como objecto de exploração, conhecimento, procedendo a essa impossibilidade epistemológica que é a de o sujeito ser ao mesmo tempo objecto, como que saindo de si, afastando-se e distanciando-se de si, para melhor se compreender. O espelho não basta, oferece-nos apenas a imagem carnal, a semelhança perfeita dos mortos.
Do primeiro ao último poema damos com uma espécie de movimento de rotação da primeira pessoa do singular, o Eu gira, transita, movimenta-se, desloca-se no tempo e no espaço, é o centro a partir do qual os poemas se desenvolvem, na sua relação com o mundo, com os outros, por vezes dirigindo-se directamente a segundas pessoas, como no poema 34 — «E talvez hoje sejas tu / quem escreve este poema» (p. 72) —, noutras ocasiões num processo de desdobramento em terceiras pessoas que contribuem para um estilhaçamento da identidade. Nesse mesmo poema 34, o Eu ronda «como um planeta / vigia a sua estrela» (p. 71), mas já no primeiro poema do livro ele surge-nos «com a força de uma ilha vulcânica / que altera num instante a geografia do planeta, / não a sua essência» (p. 9). Por metonímia ou comparação, podemos fazer equivaler o Planeta ao Eu, ou talvez seja mais correcto falar antes de Ser. Este Ser que emerge como um Planeta em formação é dual na sua própria natureza, respeitando uma longa tradição filosófica e metafísica que o Autor não renega. Atentemo-nos à divisão estabelecida entre geografia e essência, podendo aqui estabelecer-se um equivalente entre corpo (o que muda, o que é contingente e está sujeito ao tempo) e alma (o imutável), divisão essa reforçada pela imagem fortíssima no poema 18 de uma alma que se ejecta do corpo para que o corpo assista à sua queda «tão leve / que nem precisa de pára-quedas» (p. 42).
Talvez estejamos a avançar mais depressa do que a prudência aconselha. No início do livro encontramos um nome isolado, Paula, seguido de uma vírgula. O Autor dirige-se a alguém em concreto, a quem pretende dizer qualquer coisa. E aquilo que primeiramente diz é uma citação, um verso da IXª Olímpica de Píndaro (trad. António de Castro Caeiro, Abysmo, 2017): «O que vem com o nascimento é o mais poderoso que há.» O que vem com o nascimento é o inato, por oposição ao adquirido. Este verso, mais difícil do que aparenta, deve ser pensado sem 2500 anos de especulação filosófica e de investigação científica. Entre outros, as “Odes Olímpicas” tinham o propósito de tecer louvores aos vencedores, cantar feitos que jamais seriam alcançáveis sem que neles não existisse uma participação dos deuses. O inato está, portanto, ligado a essa ascendência divina do heroísmo. Sem deuses por detrás, não há glória nem heróis. Falava-se de Destino, não de Hereditariedade. Hoje em dia pensamos em Hereditariedade como naquele tempo, de certa forma, se pensava em Destino, se bem que o Destino fosse um agente exterior ao Ser.
Neste “Planeta” o que vem com o nascimento é inerente ao corpo, um corpo que, descendendo de outros corpos, pode também ele gerar vida, «carne da minha carne», para citar Herberto citado por José Ricardo Nunes. Esta trajectória da ascendência para a descendência é algo que me parece central neste livro, desde logo nos vários poemas em que o Autor evoca as figuras do pai (06, 08, 11, 32, 35, 48), da mãe (08, 14), da irmã (09), da filha (09, 26, 32). Nestas evocações há, quanto a mim, um propósito que não é meramente afectivo, elas correspondem ao movimento rotacional do Ser Planeta cuja estrutura ontológica estes poemas procuram reflectir. A certa altura, sentimo-nos tentados a dividir o livro em blocos, porventura separados pelas fotografias de Pedro Bernardo distribuídas ao longo das páginas. Teríamos um bloco de poemas em que o Eu nos aparece mais isolado, entregue a si mesmo e às suas cogitações quotidianas; temos um outro bloco em que o Eu evoca os Outros Eu a que se liga por consanguinidade; e temos os poemas do Eu Outros, isto é, aqueles em que referências terceiras favorecem um enquadramento e uma localização do Planeta.
Estes Eu Outros a que me refiro são, em regra, pioneiros da astronáutica (Konstantin Tsiolkovsky - 13), cosmonautas (Gherman Stepanovich Titov - 37), astronautas (Alan Shepard - 15, 16), aviadores (Robert Gregory), montanhistas (Edmund Hillary e Tenzing Norgay), alpinistas (George Mallory – 47), ou seja, gente que ascendeu e descendeu no espaço e no tempo, gente que subiu e desceu, gente que retirou os pés da terra para a poder observá-la com distanciamento e a ela desceu, por certo, com a experiência de um olhar renovado. Esta renovação, ou, se preferirem, ressurreição, está desde logo implícita no início do livro e percorre-o como uma espécie de marca de água: «Posso agora realmente acreditar / que sou mesmo feliz» (p. 98). Parece, portanto, ser esta a condição do sujeito poético, a de alguém que também se desloca no espaço e no tempo, se movimenta, transita, muda, transforma, dando a volta ao mundo por dentro da cabeça, como a certa altura se sugere no poema 22. Um poema exemplar, de resto, no modo como sobrepondo referências em três estrofes — a banda rock Return to Forever, “A Balada do Amor e da Morte do Alferes Cristóvão Rilke”, de Rainer Maria Rilke, e o poeta e dramaturgo Robert Browning — procede a uma trasladação do Outro para o Eu: «Dez pisos me afastam agora de mim, / em luta com raízes» (p. 50).
As múltiplas referências que encontramos neste livro, os lugares visitados, os filmes vistos, a música escutada, os livros lidos, acompanham o Ser na sua jornada, mas não o condicionam tanto quanto as raízes. As raízes são o que vem com o nascimento e o que vem com o nascimento é o mais poderoso que há. Vislumbramos referências às raízes nos poemas 09: «Pareço o pêndulo que estava na sala / mas agora arrítmico, / sem coordenação motora, raízes / arteriais, não cuidando / que tudo inapelavelmente se torna / pasta de papel» (pp. 26-27). Reaparecem no poema 12: «Associo a primeira vez que morri / às raízes expostas de uma oliveira» (p. 32). Voltam a surgir no poema 28: «E já / o peito do meu pé ia ao encontro / do teu calcanhar, como no poema do Thom Gunn que o Helder traduziu / e publicou no facebook e tão bem calha / para eu não desatar a falar de raízes» (p. 61). E, por fim, estão no poema 48, o último do livro: «Tantas oliveiras arrancadas / que deixaram à beira do caminho / com as raízes viradas para cima» (p. 98). Não poderão estes poemas ser como essas oliveiras arrancadas à terra, com as raízes viradas para cima de modo a tornar visível o que de mais poderoso há?
O que mais me agrada neste livro é a sensação de movimento que me oferece, este movimento para cima e para baixo, para trás e para a frente, sugestivamente erótico, mesmo quando sabemos não estar senão dentro da cabeça do sujeito poético que, através da poesia, ousa retratar-se para lá da carne. O movimento impresso pelas palavras, esse ritmo, se preferirem, é o que me cativa mais. A ter de fazer-lhe uma crítica, seria a de que esta concepção dual do Ser me aprece ultrapassada. Nos poemas do livro “De Humani Corporis Fabrica” está em síntese tudo quanto nos resta: corpo, um corpo frágil, débil, precário, sujeito à transformação como o Planeta está sujeito às alterações climáticas. Fico, por isso, como a mulher sentada à porta de um café que olha para um ponto que ninguém é capaz de fixar.
sexta-feira, 12 de abril de 2024
O IMPROMPTU DE VERSALHES
MOLIÈRE: Calai-vos, minha mulher, sois uma besta.
MLLE MOLIÈRE: Muitíssimo obrigado, senhor meu marido. É mesmo assim: o casamento muda as pessoas e não me teríeis dito tal coisa há dezoito meses atrás.
MOLIÈRE: Calai-vos, peço-vos.
MLLE MOLIÈRE: É estranho que uma pequena cerimónia seja capaz de nos privar de todas as nossas belas qualidades, e que um marido e um galã olhem para a mesma pessoa com olhos tão diferentes.
MOLIÈRE: Tanto discurso!
MLLE MOLIÈRE: Por mim, juro que se fizesse uma comédia fá-la-ia sobre este tema. Justificaria as mulheres de muitas das coisas de que as acusam; e faria temer aos maridos a diferença que vai das suas maneiras bruscas às civilidades dos galãs.
MOLIÈRE: Aiii! Deixemos isso, agora. Não há tempo para conversas: temos mais que fazer.
Molière, in "O Impromptu de Versalhes", trad. João Paulo Esteves da Silva, TNDM II & Bicho-do-Mato, 2016, pp. 11-12.
quinta-feira, 11 de abril de 2024
O DOENTE IMAGINÁRIO
quarta-feira, 10 de abril de 2024
DE MÁ CONDIÇÃO
VEM NO PÚBLICO
António de Spínola, o primeiro Presidente da República depois do 25 de Abril, foi condecorado com o Grande Colar da Ordem da Liberdade pelo Presidente da República a 5 de Julho passado. A questão é que a condecoração póstuma do autor do “Portugal e o Futuro” foi feita na “clandestinidade”, não tendo a Presidência dado qualquer notícia do facto. (...) A opção de condecorar Spínola de forma a que fosse quase impossível alguém saber (é preciso investigar na página das Ordens Honoríficas Portuguesas para conseguir obter a informação sobre as condecorações) pode ser interpretada como uma forma de o Presidente evitar uma polémica pública. Na sequência da notícia do PÚBLICO, em 2022, de que o Presidente tencionava condecorar todos os membros da Junta de Salvação Nacional, várias personalidades fizeram uma carta aberta em que defenderam que a condecoração de Spínola com a Ordem da Liberdade representaria “uma afronta”. Assinavam a carta Fernando Rosas, historiador e fundador do Bloco de Esquerda, Carlos Brito, ex-líder parlamentar do PCP, o jurista Domingos Lopes, o historiador Manuel Loff, a professora aposentada Maria do Rosário Gama, o fundador do Bloco de Esquerda Francisco Louçã, entre muitos outros. A carta referia, nomeadamente, a criação por Spínola do movimento político MDLP (Movimento Democrático pela Libertação de Portugal, uma organização terrorista de extrema-direita a que pertenceram o actual vice-presidente da Assembleia da República Diogo Pacheco de Amorim e o comentador e advogado José Miguel Júdice).
E é isto o que temos, 50 anos depois do 25A. O presidente
dos afectos revela-se no seu máximo esplendor. Como se não bastasse relativizar
o número de vítimas de pedofilia na Igreja, andar com a padralhada ao colo,
meter cunhas pelo filho, menosprezar a escravatura no Qatar porque o que
importa é a selecção, mandar bocas foleiras sobre excesso de peso e decotes,
etc, etc, etc, ainda condecora fachos pela calada. Esta merda não se inventa,
este país é pior do que uma anedota. É mesmo uma fantochada com bonecos
avariados.
PLUG
"O fascínio que as pessoas sentem pelos plugs anais
da Vasconcelos é algo que me ultrapassa."
Quitéria, no Maat.
terça-feira, 9 de abril de 2024
FAMÍLIA E IDENTIDADE
Podiam juntar-se para reflectir sobre violência doméstica, podiam juntar-se para falar de crianças vítimas de maus-tratos, podiam juntar-se para debater a pedofilia na Igreja Católica Apostólica Romana. Enfim, podiam reflectir, cogitar, pensar sobre muita matéria urgente. Não, perdem tempo a regurgitar sobre divórcio, casamento entre pessoas do mesmo sexo, família natural ou o que raio isso possa ser e outros anacronismos congéneres. E há portugueses que votam nesta gente, nestes saudosistas do medievalismo mental. Votam, vão à missa aos domingos, encornam-se no resto da semana, são hipócritas a vida inteira. Tenho conhecido tanta grunhice desta que até dói, gente que está sempre disponível para impor e exigir aos outros o que não pratica na própria casa. Mas neste caso em concreto a brigada do patriacado mofento e reumático até tem a sua piada, andam sempre com a boca cheia de Sá Carneiro. Um rapaz, como sabemos, muito tradicional, que nem sonhou com quadros analíticos da corneação, fiel marido de reverentes mulheres. Infelizmente, a hipocrisia não mata como o cancro. Se matasse, aquela gente já tinha sido comida pelo bicho.
segunda-feira, 8 de abril de 2024
CAVERNA
domingo, 7 de abril de 2024
PROFISSÃO INFAME
A companhia de Molière passa a ser conhecida como Troupe de Monsieur, sendo Monsieur o irmão do rei Luís XIV. A 18 de Novembro de 1659 estreia “Les Précieuses ridicules”, primeira incursão na crítica aos modos afectados da época. A peça alcança enorme sucesso e inspira polémica, chegando a ser inicialmente proibida. Seguiu-se “Sganarelle ou le Cocu imaginaire” (1660), tributo à commedia dell’arte e ao mestre com quem Molière partilhava a sala do Petit-Bourbon. A hipocrisia, a falsidade nas relações humanas, o adultério, a traição, o ciúme, a intriga palaciana, o arrivismo, são temas nas peças de Molière que vão alimentar várias inimizades, muitas querelas, inveja e rivalidade. “L’École des maris” (1661) e “L’École des femmes” (1662), já no Théâtre du Palais-Royal, instigaram ainda mais as intrigas e os libelos.
Molière, entretanto, casara com a actriz Armande Béjart, vinte e três anos mais nova, julgando tratar-se de uma irmã de Madeleine Béjart. Ao que consta, seria filha. O facto foi aproveitado pelos rivais para o criticarem, aumentando o número de inimigos. Diziam que havia casado com uma filha. Valeu-lhe o rei, de quem havia recebido uma inusitada pensão, e cujo apoio se manifestou publicamente ao aceitar ser padrinho do primogénito do dramaturgo. “Tartuffe” (1664), encenado em Versalhes, multiplicou as calúnias, tornando-se no maior escândalo da carreira artística de Moliére. O clero, sentindo-se atingido, tomou posição conseguindo a proibição da peça. Seguiu-se “D. Juan” (1665), baseada numa peça de Tirso de Molina, igualmente interdita de imediato.
Da amizade com o compositor italiano Jean-Baptiste Lully surgiram “Le Mariage force” (1664) e “L’Amour médecin” (1665). Também com música de Lully, “George Dandin ou le Mari confondu” (1668), foi mostrada pela primeira vez no Palácio de Versalhes durante Le Grand divertissement royal. Tanto “Le Misanthrope” (1666) como “Goegre Dandin” terão sido peças pouco apreciadas no seu tempo, ao contrário de outras comédias que deixavam perceber nas entrelinhas ataques pessoais e crítica de costumes. A última colaboração com Lully foi o ballet trágico “Psyché” (1671), escrito com a ajuda de Thomas Corneille, irmão de Pierre. Nesse mesmo ano morreu Madeleine Béjart, perda que terá contribuído para agravar o estado de saúde de Molière, propenso à melancolia.
“Le malade imaginaire” (1673) foi o seu trabalho derradeiro, acabando por tombar em palco, no papel principal, o de doente, em estado de profunda fadiga. Acabou por falecer algumas horas depois em casa. Diz Rubem Fonseca: «Molière morreu às dez horas da noite do dia 17 de Fevereiro de 1673, uma sexta-feira, um mês antes de completar cinquenta e dois anos. / Os comediantes, por exercerem uma profissão considerada infame, são excomungados. Conforme as decisões da Prelazia de Paris, não se pode dar comunhão a pessoas publicamente indignas e manifestamente ignóbeis como as prostitutas, os usurários, os feiticeiros e os comediantes. (Por algum motivo misterioso, os cantores de ópera não sofrem estas restrições.) A todos esses réprobos são negados a extrema-unção e o sepultamento eclesiástico, mas os comediantes podem obtê-los caso se retratem dos seus erros e prometam, de maneira solene e veraz, renegar a sua abjecta profissão. / Molière não havia feito essa renúncia e não podia ser sepultado em cerimónia cristã. Os adversários do teatro, notadamente todos aqueles que execravam o autor de Tartufo e D. Juan e haviam conseguido a interdição das suas peças, exigiam que se impedisse a realização da cerimónia. (…) O certo é que o rei gostava de Molière, tanto que aceitara ser padrinho do seu filho Louis, que morreu com poucos meses de idade. Certamente foi para agradar ao rei que o arcebispo de Paris, mesmo tendo revogado a comunhão realizada pelo abade Bernard, permitiu, afinal, que o comediante fosse enterrado no cemitério de St. Joseph, na parte reservada aos suicidas e crianças pagãs, sob a condição de que isso fosse à noite, sem nenhuma pompa, com a presença de apenas dois padres. / Às nove horas da noite, Molière foi enterrado. Ficara insepulto três dias. La Fontaine, Mignard e Boileau, entre outros amigos dele, estavam presentes (…)».
sábado, 6 de abril de 2024
QUADRO ANALÍTICO DA CORNEAÇÃO
sexta-feira, 5 de abril de 2024
EXISTENCIALISTAS A SÉRIO
TENÇAS
"Lista de pensões dadas pelo Rei em 1663 aos poetas
e cientistas franceses; relatório de COLBERT: "O Rei mandou as somas que
tinha destinado: ao Sr. P. Corneille, primeiro poeta dramático do mundo, 2000
libras; (...) ao Sr. Molière, excelente poeta cómico, 1000 libras; (...) ao Sr.
Racine, poeta francês, 800 libras; ao Sr. Chapelain, o maior poeta francês de
sempre, e do mais reconhecido talento, 3000..."
Voltaire
PORTE-CHAISE D’AFFAIRES
quinta-feira, 4 de abril de 2024
QUEM ESCREVEU ISTO?
"Isto é um país de experts que, lamentavelmente, se exprimem num português sofrível, não sabem interpretar um texto, passam a vida a atentar contra a língua portuguesa nas redes sociais e não lêem livros. Génios que dizem prontos, a gente semos e coisas afins. Mas pior do que a ausência de qualidades, que já Almada Negreiros apontava, é a total falta de humildade no reconhecimento das próprias limitações. Não há ignorância mais desastrosa do que aquela que se fundamenta num défice de autocrítica."
quarta-feira, 3 de abril de 2024
PROGRESSISMO CONSERVADOR
MOLIÈRE
terça-feira, 2 de abril de 2024
CONTRA OS CANHÕES
SÍMBOLOS NACIONAIS
"Só o mostrengo do Padrão dos Descobrimentos é que ninguém se lembra de substituir por qualquer coisa que se veja."
segunda-feira, 1 de abril de 2024
É SÓ MAIS UMA MENTIRINHA
Assim ficamos a saber que para o Dr Ventura a condenação por tentativa de furto deverá ser um balázio nos cornos, sem detenção nem julgamento. É atirar a matar e está o assunto resolvido. Este homem que guiará a nação ao sucesso não disse, porém, qual a condenação para um mentiroso compulsivo. Amputação da língua? Os senhores jornalistas também estão a falhar, ainda não questionaram o Dr Sapo sobre os portugueses detidos na Indonésia por tráfico de droga. Decapitação? Empalamento? Castração? Talvez devamos adoptar o sistema de justiça da Arábia Saudita, sei lá, ou regressar ao faroeste. Agora imaginem um dirigente do BE ou do PCP a dizer uma coisa destas. Pois é, não vão ler nem ouvir um dirigente do BE ou do PCP a dizer uma coisa destas.